Eu, que gostava do Ele.
Ele, que gostava do Eu.
Ele, que gostava do Outro.
Outro, que não gostava do Ele
nem que gostava do Eu.
Eu, que não gostava do Outro.
Eis que, por virtude do tempo:
Eu, que finge gostar do Vós
porque está confuso.
Vós, que ama o Eu.
Ele, que diz gostar do Eu
porque ainda há ternura,
mas quer o Tu.
Tu, que nem sabe que Ele existe.
Ele, que nem o eu lírico
sabe se gosta do Outro.
Outro, que sumiu
e nunca gostou do Ele
nem do Eu.
Resultado:
Vós virou Eu
Eu virei Ele
Ele virou o Outro
Tu e Outro...
Tanto faz porque eles
nunca se importaram com ninguém
desse poema.
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