sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Migração


Se tu fosse ave,
tu seria gaivota.
Vai lá e volta.
Vem cá e volta.
Não gosta de mim,
mas nunca me solta.
Encontra outros ares,
me deixa aqui em revolta.
A plantar batatas no meu quintal.
desamparado e sem escolta.
Por causa desse abandono,
o povo faz de mim chacota.
Sai e me deixa plantado.
Como se eu fosse horta.
Crio raízes a te esperar,
até que ouço bater de porta.
Bater de asas.
Vou te mostrar com se corta
essas asas de gaivota.
Aí, tu aprende
como se comporta
e vira ave que não voa
porque ficou toda torta.








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