Noite.
olho pro céu
e vejo nuvens estacionadas
parecem pinturas
manchas alaranjadas
fazendo parte da
grandiosa noite escura
eu, humano, quero me
desejar nisso como gravura
mas me conformo
ser protagonista
da minha loucura
Na pele, em toque, o arrepio De corpo em brasa Por trás dos sons Um barulhinho de prazer Tira o som dessa tv Depois seus olhos negros, lindos Inquietos Deixe o seu rosto assim Para que eu possa ver Boca fraca a me morder
E somos nós Na valsa e no vapor Nada mais além de nós Num disco voador Descobrindo os seus lençóis Na valsa e no vapor Nada mais além de nós Num disco voador Descobrindo seus lençóis
E nessa noite
as coisas serão
do jeito que você
quiser.
E não importa
meus pais não
vão estar em casa
quando você
vier.
A gente tem a casa toda
pra nós.
Sem ninguém aqui
a gente vai estar
a sós.
Janela
quarto
escada
monotonia
amor de
madrugada
Se quiser,
me tenha inteiro
Eu vou te contar um segredo,
tenho vergonha
você pode me beijar primeiro?
você pode me beijar primeiro?
você pode me beijar primeiro?
Hoje tu veio correndo
quase pensei
que era pra mim.
Olhe e parei.
Queria que tivesse
sido assim.
Mas tu só olhou
bem fugaz.
Eu fiquei chateado.
Poxa, rapaz.
A gente poderia
ter brincado
até nunca mais.
Não tem problema
porque vou
correr atrás
e você, de mim,
não escapa jamais.
Como é bom te ter aqui pra me acordar fazendo cócegas E me beijar como quem diz que não vai mais sair Como é bom te ter aqui e ja de manha falar bobeiras E analisar os sonhos como quem quer se investigar
Ainda mais e eu quero te desmontar cena por cena e me misturar pro nosso cinema nunca parar de rodar
Ao mesmo Deus que ensina a prazo Ao mais esperto e ao mais otário Que o amor na prática é sempre ao contrário Que o amor na prática é sempre ao contrário
Meus poemas são baboseiras
porque eles são melosos
doces, quentinhos e carinhosos.
Pergunto-me
se está errado fazer coisas amáveis.
Se em todas as variáveis
só a seriedade é levada a sério
o resto todo vira mistério.
Impropério.
Meus poemas
são meu grito
de liberdade.
Minha carne
e a expressão
de toda a minha vontade.
Igualdade.
Poeme-se
Amém.
Ato feio esse seu
de querer ser
a primeira florzinha
da primavera.
Será que você
não podia ter
ficado nem mais
um pouquinho,
ano que vem
quem sabe
ter ficado na
espera.
Mas tudo bem, bebeca.
Vou me conformar,
mas ainda verei você
em todo lugar
onde você ficava
a descansar.
HOJE FOI UM DIA TRISTE. HOJE FOI UM DIA MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO. HOJE FOI UM DIA TRISTE. HOJE FOI UM DIA MUITO TRISTE. MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE (...) MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE (...) MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE (...) MUITO TRISTE MUITO TRISTE MUITO TRISTE. HOJE FOI UM DIA TRISTE PORQUE HOJE FOI UM DIA DE ADEUS. ESPERO DAR ADEUS TAMBÉM A ESSE DIA E ES QUE CÊ- LO.
O meu amor sai de trem por aí E vai vagando devagar para ver quem chegou O meu amor corre devagar, anda no seu tempo Que passa de vez em vento Como uma história que inventa o seu fim Quero inventar um você para mim Vai ser melhor quando te conhecer
Olho no olho E flor no jardim Flor, amor Vento devagar Vem, vai, vem mais
Vontade
muito grande de viajar
para qualquer lugar
parar e olhar...
mas vejo que não adianta
porque qualquer lugar
sempre será igual a todo lugar
como se nessa infinitude sem fim
eu nunca pudesse saber ao certo
o que eu mesmo quero de mim.
Queimando chaleiras, acordo desligo o fogão Mas calor é meu, então deito e rolo no chão De piso frio, enquanto deitado no chão Eu olho pro teto e digo, ai me ajuda, ai ajuda eu
Agora, suando dendê Comendo pensando em você Faço de conta que não, nem me abala nada Faço de conta que não, não me desagrada
Ei! Moço, da cara boa Ei! Seu moço, da cara boa Me da um cheiro aqui e um amasso lá Você passa eu acho graça faz me rir Você passa eu acho graça faz me rir
Andando,
calado.
Eu sempre
passeando
olhando pros lados,
mas nunca
tinha encontrado
você.
Fico pastorando,
encabulado.
Assisto ao entra-e-saí
e todos falando
mas nenhum é
você,
moço despudorado.
E se eu tivesse subido
aquela escada,
se eu tivesse batido
naquela porta,
tudo teria resultado?
Ou apenas tinha escorrido
por água abaixo
toda essa história de
enamorado?
Menino
branquinho
magrinho.
Quero morar
no pé
do teu ouvido.
Só pra sentir
o teu cheirinho.
Que é tão bom.
Passaria o dia
inteiro a te cheirar
e a te acarinhar.
Imaginação
iria faltar
pro tanto que
eu iria te dar.
Menino
branquinho
magrinho.
Quero morar
no pé
do teu ouvido.
Mas cuidado
que eu já
desalinho.
E ai, menino branquinho magrinho...
Já, já
viro passarinho
e só Deus sabe
onde faço meu ninho.